Ícones do nosso tempo - Opel Astra F


Hoje nos ícones do nosso tempo decidi falar finalmente sobre o carro que trouxe ate mim os bens mais preciosos que tenho , a minha cara metade e o meu rapazão... hoje vou falar-vos num carro muito pessoal o Opel Astra F.

Por incrível que pareça ando desde o inicio do vicio dos carros a evitar falar sobre este carro porque para mim é um carro com um cariz extremamente pessoal. Primeiro porque era o carro que a minha cara metade conduzia, e dava gaz, quando a conheci (digamos que fizemos algumas corridas), e também porque foi o carro onde fiz minha primeira viagem como pai, foi o carro que trouxe o meu rapazão ate casa depois de nascido, o que para mim que me encaro como um homem de família significa muito....

Este modelo sucessor do kadett seguiu e bem as pisadas do kadett no que toca ao conforto versus performance pura e dura, ou seja era um bom equilíbrio entre fazer uma viagem longa a dar calor com um grande sorriso sempre que carregavas no pedal mais há direita, versus a versatilidade que se deseja de um familiar. Eu pessoalmente pela historia que tenho com eles prefiro os hatchback mas em todas as versões do astra é fácil encontrar pontos de interesse, ate nos diesel por incrível que pareça.
Mas vamos por partes, vamos então analisar este modelo que facilmente encontramos a preços da chuva no mercado nacional.

Em primeiro o chassis, embora simples com a suspensão tipo macpherson era um carro bastante competente, eu pessoalmente posso dizer que usei e abusei das capacidades dele em estrada e nunca me desiludiu, muito pelo contrario era um carro bastante competente a curvar e que com os devidos ajustes dificilmente era “comido de sopa” em estrada aberta por qualquer um destas abetardas recentes, mais uma vez eu que o diga.
E um carro bom para as curvas com um chassis rígido q.b capaz de ser desportivo sem abusar e familiar sem magoar o piloto que temos dentro nos.
Recordo uma altura em que vinha com ele carregado, com a traseira tipo stanceiro, vinha na mala com um porco devidamente desmanchado e no Marão, e com a estrada cheia de neve o “rapaz” foi sempre a andar sem nunca fugir nem soluçar, foi tipo bota da tropa siga p'ra frente que é caminho, e la me trouxe ate casa sempre a andar.... e isto demonstra as capacidades deste chassis, noutro caso na primeira dificuldade ficava a patinar ate ao outro dia.

Em termos de conforto e um carro pensado no condutor\ piloto que temos dentro de nos, sem menosprezar o lado familiar tem uns bancos tipo backets capazes de nos manter no lugar sem grandes apertos nos rins, e devido ao bom chassis que tem não é um carro que adorne as curvas em demasia, ou seja não andamos as cabeçadas la dentro em condução mais desportiva.

Mas o mais impressionante neste carros é sem duvida o motor, aquele ronco puro, bruto, visceral que surge quando pisamos o acelerador é um mimo para os ouvidos.
Em qualquer versão, seja na mais básica 1.4 ou nos míticos 2.0 GSI o ronco dos Astra é demais, é capaz de despertar um morto, e isto diz praticamente tudo.
Na minha opinião e um dos melhores roncos de motor existentes nos 4 em linha, em termos de melodia será suplantado apenas pelo vtec da honda, quando bem tratado.

O Astra f tinha como variantes mecanicas desde o 1.4 ate ao mítico 2.0 da opel, nas versões a gasolina e depois o 1.7 td da isuzu, para quem gosta dos caga fumo.
Na minha experiência pessoal fiquei pelos gasolina e devo dizer que eram um espetáculo fazer uma serra de gaz e ouvir o ronco grave e profundo daquele motor a respirar a plenos pulmões. Digamos que a minha cara metade não se fazia rogada em calcar o pedal da direita e sabia mesmo bem ouvir um carro que parecia o típico familiar, o 1.4 GT, soltar os pulmões e revelar a sua verdadeira essência de bruto do asfalto pela estrada fora.
Mas o Astra não se fica pelos 1.4, existia a versão 2.0. O mítico 2.0 da Opel, uma pérola no que toca a performance em carros do segmento familiar. Só quem não os viu em competição contra BM's e afins e que não lhes reconhece valor.

E depois existem os sortudos neste caso os sul africanos que tinham por la os Astra 2.0 turbo com 204 meninos, uma brutalidade que somente foi destronada anos mais tarde pela restante concorrência....

Para alem disto tudo existia ainda o cabrio desenhado pela Bertone, que para mim continua a ser um dos cabrios mais bonitos existentes no mercado.

Em suma, este para mim e um caso de pura paixão, foi a evolução perfeita de um bom familiar levada ao extremo pela Opel, fazem falta mais carros destes, carros construídos e desenhados apenas pelo puro prazer de conduzir uma maquina.

Helder teixeira, no Vicio dos Carros.


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